sábado, 4 de janeiro de 2014

LÁGRIMAS MARIA BETHÂNIA

De Cândido das Neves (índio)
LÁGRIMAS
(Cândido das Neves)
Ai, deixa-me chorar
para suavizar
o que não sei dizer
mas sei sentir.
Não pratear o amor
que se perdeu
é a nossa alma enganar
e ao próprio coração
querer mentir.
Rir...
é quase iludir,
é querer forçar,
o próprio coração a gargalhar,
quando ele está solitário
na dor,
a soluçar de amor.
É mais sublime
a lágrima que exprime
as nossas emoções,
amenizando a alma
cheia de ilusões,
do que sorrir
para esconder a mágoa
que o olhar não diz.
Não há ninguém feliz!
Quero fazer das lágrimas que choro
estrelas a brilhar,
rosas de cristal
do pranto emocional.
Se ela voltar,
fulgente diadema
então lhe ofertarei
do pranto que eu chorei!
Sim, quem nunca chorou,
certo, nunca amou,
talvez nem alma tenha
para sentir.
Não me faz inveja
este prazer,
eu gosto, até de padecer,
chorar é a mágoa
em pérolas diluir!
Mas quem quiser amar,
certo há de chorar,
há de sentir morrer o coração,
porque o amor sendo belo é falaz.
como os ais,
se desfaz em ilusão !"
Vós que, como eu,
viveis de amor,
lágrimas frias, lágrimas de dor
já derramastre, triste,
na aflição
do vosso coração
que tudo quer...
A ausência da mulher
que idolatramos nos induz
abrir as fontes d`alma
e delas derramar
as lágrimas de luz,
dando expansões à dor,
a dor sem par
que, a palpitar,
em nosso peito vive
como esfaimado corvo a devorar
o nosso coração em luta atroz.
A alma tem o poder
de dizer
o que n`alma sentimos nós.
Quando Maria,
aos pés da cruz,
triste fitava o rosto de Jesus,
com as mãos as faces pálidas
cobriu
e o manto perenal caiu,
quase a desfalecer
do Grande Mártir o coração,
quis vida, quis viver,
sentindo a extrema-unção,
Pérolas trementes
de lágrimas ardentes
de agonia,
rolando pelo rosto de Maria,
o transcedente amor
a transluzir e a refletir
as santas emoções.
No céu, Deus, na glória
do encanto,
formou com o seu pranto
as constelações.
(Esta letra acha-se publicada aqui tal qual o seu autor a escreveu)
Cândido das Neves, apelidado de "Índio", compositor, cantor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 24/07/1899 e faleceu em 04/11/1934
Read more: http://cifrantiga3.blogspot.com/2006/...
Gravação de Maria Bethânia no disco Oásis de Bethânia
Arranjo de Hamilton de Holanda
Oásis de Bethânia
Maria Bethânia
São 47 anos de carreira e 50 discos lançados completados agora com o Oásis de Bethânia -- sendo 34 discos (LP/CD) gravados em estúdio e 16 discos gravados ao vivo (LP/CD) -- tendo dividido alguns com grandes nomes da MPB, como Edu Lobo, Chico Buarque, os Doces Bárbaros (Caetano, Gil e Gal Costa) e mais Omara Portuondo -- e ganhou inúmeros prêmios.
Desde o início de sua carreira até os dias de hoje, sua marca é sempre lembrada por profissionalismo, apuro e integridade musical. E a incansável Maria Bethânia não sossega nunca. Este seu novo projeto vem com formato inédito em sua carreira: cada uma das 10 músicas do disco recebeu um arranjo inédito de convidados especialíssimos -- de seu compositor ou de outro músico, que ainda participa tocando em cada uma destas criações.


Djavan assina o arranjo da inédita Vive, de sua autoria, além de participar com seu inigualável violão. Outros músicos deste quilate como Lenine, Hamilton de Holanda, Jorge Helder, Jaime Alem, Maurício Carrilho, Marcelo Costa, Luciana Rabello e André Mehmari também trazem a sofisticação de seus arranjos, que se misturam à voz única de Bethânia, trazendo o tempero ideal para a sonoridade marcante deste novo disco.
O título Oásis de Bethânia foi inspirado num texto da própria Maria Bethânia. E, pela primeira vez, a abelha-rainha grava um texto seu em disco. Seus versos são interpretados entre a música e poesia de Paulo César Pinheiro na canção inédita Carta de Amor.
(Gravadora Biscoito Fino) Vídeo por Antônio Augusto dos Santos -- antaugsan -- fotos e imagens da Internet
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